Bacurau é o campeão de indicações deste ano, presente em 15 categorias!

 

Um passo para frente, e outro para trás. Assim podemos descrever o resultado das indicações ao 25o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro. Se no ano passado tivemos 50 filmes – entre longas, curtas e estrangeiros – indicados, neste ano esse número caiu para 44 títulos. Uma quantia ainda bastante representativa, no entanto, do que de melhor foi visto e exibido no cinema nacional em 2019. Afinal, nada menos do que 170 longas brasileiros foram lançados comercialmente no Brasil no último ano. Também foram considerados quase uma centena de curtas-metragens, além de dezenas de produções estrangeiras exibidos no nosso circuito entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2019. A tarefa de escolher os melhores desta temporada coube à Academia Guarani de Cinema, composta por mais de 40 profissionais da crítica cinematográfica. Durante o próximo mês, esses e muitos outros serão convocados a participar da Fase 02 da votação, quando poderão escolher o melhor de cada uma destas 24 categorias.

O campeão de indicações deste ano é Bacurau, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, também um dos filmes mais comentados do ano passado. Presente em 15 categorias, é um dos recordistas em quantidade de indicações em toda a história do Prêmio Guarani (perde apenas para A Máquina, 2005, que recebeu 16 indicações e segue imbatível até hoje). É um recorde, no entanto, para o diretor Kleber Mendonça Filho, pois seus longas anteriores receberam menos indicações: Aquarius (2016) esteve em 12 categorias, e O Som ao Redor (2012) em 11. Logo em seguida temos A Vida Invisível, de Karim Ainouz, com 13 indicações (porém presente em 12 categorias), seguido por Inferninho e Temporada, ambos com 8 indicações. Fechando os cinco concorrentes a Melhor Filme, surge No Coração do Mundo, com sete indicações – a mesma quantidade do infanto-juvenil Turma da Mônica: Laços.

O Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, em sua vigésima-quinta edição, se manteve com as tradicionais 24 categorias de premiação. Novidades inseridas em 2018, como as divisões de Revelação entre Masculina e Feminina, e de Curtas-metragens, entre Ficções e Documentários, permanecem. Da mesma forma, a categoria de Melhor Animação continua incluindo longas e curtas lançados no formato. Entre os concorrentes a Melhor Filme Estrangeiro, uma representação absolutamente equilibrada, com 2 finalistas europeus, um dos Estados Unidos, um da América do Sul e um asiático. Confira a seguir a lista completa com todos os indicados:

 

 

FILME DO ANO

 

Tudo indica que estes são, definitivamente, os cinco grandes filmes brasileiros de 2019 – afinal, além de estarem na categoria principal, também foram os campeões de indicações deste ano. Bacurau sai na frente, presente em nada menos do que 15 categorias, seguido por A Vida Invisível, em 13. Inferninho e Temporada empataram com 8 indicações, enquanto que No Coração do Mundo concorre em 7. Chama atenção a presença de dois longas – Temporada e No Coração do Mundo – da produtora mineira Filmes de Plástico, ambos produzidos pela mesma equipe de colegas. Esta é a quinta indicação de Rodrigo Teixeira e a terceira de Emilie Lesclaux. Ela, no entanto, ganhou nas duas ocasiões anteriores, por O Som ao Redor (2012) e por Aquarius (2016). Por este último, Saïd Ben Saïd também foi premiado. Todos os demais estão concorrendo pela primeira vez nessa categoria. Uma curiosidade: o produtor suíço Michel Merkt já teve dois longas seus premiados como Melhor Filme Estrangeiro no Guarani: o francês Elle (em 2017) e o alemão Toni Erdmann (em 2018).

 

 

DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM

 

Dos cinco indicados aqui, apenas um conseguiu marcar presença no Prêmio Guarani em mais de uma categoria: Bixa Travesty, que concorre também a Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora. Marcelo Gomes, diretor de Estou me guardando para quando o carnaval chegar, soma seis indicações ao Guarani, tendo ganho como Melhor Roteiro Original por Cinema, Aspirinas e Urubus (2005). Petra Costa, por sua vez, está presente nessa disputa pela terceira vez – concorreu antes a Melhor Documentário em Longa-metragem por Elena (2012), pelo qual foi premiada, e por Olmo e a Gaivota (2015). Pelo primeiro, ela também foi indicada a Melhor Direção – neste ano, portanto, tem sua quarta indicação. Nara Aragão já foi indicada a Melhor Filme por Tatuagem (2013), enquanto que João Vieira Jr. está na sua quarta indicação, a primeira nessa categoria. Thiago Macêdo Correia, por sua vez, está presente no Prêmio Guarani pelo segundo ano consecutivo, somando agora cinco indicações – foram duas no ano passado, inclusive a vitória como Melhor Filme por Arábia, e dessa vez disputa ainda a categoria principal por Temporada e por No Coração do Mundo.

 

 

DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

 

Os cinco curtas-metragens de documentário deste ano espelham temáticas de protesto, com conteúdos explosivos, abordando temas como negritude, juventude LGBT, violência policial, injustiça social e ativismo político. Se a maioria dos concorrentes estão presentes no Prêmio Guarani pela primeira vez, chama atenção a presença de Affonso Uchoa, diretor e produtor de Sete Anos em Maio, que foi o grande vencedor do ano passado por Arábia (2018), pelo qual ganhou os Guaranis de Melhor Direção e Roteiro Adaptado. A dupla Dora Amorim e Thaís Vidal, por sua vez, concorreram no ano passado pelo curta de ficção Reforma (2018), e neste ano está com indicações duplas: também estão na categoria-irmã pelo ficcional A Mulher que Sou. Copacabana Madureira foi premiado no Curta Taquary e exibido nos festivais de Tiradentes, Rio de Janeiro e Curta Brasília. Negrum3 venceu os festivais de Belo Horizonte, Iowa (EUA), Copenhagen (Dinamarca), Tiradentes, São Paulo e Vitória, enquanto que Sete Anos em Maio foi consagrado no IndieLisboa (Portugal).

 

 

FICÇÃO EM CURTA-METRAGEM

 

As temáticas desenvolvidas nos cinco curtas de ficção não estão muito distantes daquelas verificadas entre seus irmãos documentários: mudou apenas a forma de registro, pelo jeito. O discurso incisivo e a tomada de posições continuam na pauta do dia. Se a maioria dos indicados são estreantes na premiação, temos, além de Dora Amorim e Thaís Vidal – que concorrem também a Melhor Documentário em Curta-metragem por Swinguerra – a presença de Arthur Leite, que ganhou nessa mesma categoria no ano passado, por Nova Iorque (2018). Será que teremos um bicampeão? Afinal, Marie foi o grande vencedor do Festival de Gramado, além de ter sido premiado também no Cine Ceará, Curta Brasília e no Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões.

 

 

ANIMAÇÃO

 

Premiado nos festivais de Gramado, Havana, Recife e São Paulo, além do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e indicado ao Prêmio Platino, Otto Guerra vê pela primeira vez um longa seu ser indicado ao Guarani: A Cidade dos Piratas. Este é um dos dois longas presentes nessa categoria: o outro é Tito e os Pássaros, que estreou no Festival de Annecy (o mais importante evento de animação do mundo), foi indicado ao Annie (o Oscar do cinema de animação norte-americano) e premiado no Anima Mundi. A categoria é formada ainda por três curtas-metragens. Apneia ganhou o Kikito no Festival de Gramado como Melhor Curta-metragem Brasileiro, enquanto que Sangro, que também passou por Annecy e foi premiado no Anima Mundi, se consagrou ainda no Festival Internacional de Curtas de Chicago (EUA). Por fim, temos Carne, premiado nos festivais de Brasília, Rio de Janeiro e de El Gouna (Egito).

 

 

FILME ESTRANGEIRO

 

Dos cinco países aqui presentes, o único estreante é a Colômbia, que tem um representante concorrendo pela primeira vez ao Prêmio Guarani. Pássaros de Verão, curiosamente, é o único dos selecionados a não ter sido indicado ao Oscar, mas foi premiado no Ariel (o Oscar mexicano), nos Premios Fenix (o Oscar latino-americano), foi o grande vencedor dos Premios Macondo (o Oscar colombiano) e nos festivais do Cairo, Chicago, Havana, Lima, Los Cabos e Miami, entre outros. Os Estados Unidos são os campeões de indicações (essa é a 16a indicação do país), que já ganhou em nove ocasiões. É a primeira vez, no entanto, que o diretor Martin Scorsese tem um filme seu selecionado – no caso, o épico mafioso O Irlandês. Ao contrário, Pedro Almodóvar já concorreu em outras quatro ocasiões – e este é também o total de indicações da Espanha – e foi premiado na primeira delas, por Fale com Ela (2002). Será que com Dor e Glória ele finalmente voltará a ser consagrado? A Coréia do Sul também está em sua quinta indicação, e, da mesma forma, ganhou na primeira: por Oldboy (2005). O curioso é que esta é a quarta indicação consecutiva do país, que nos últimos anos concorreu por Invasão Zumbi (2016), A Criada (2017) e por Em Chamas (2018). Será que com Parasita os sul-coreanos sairão vitoriosos mais uma vez? Afinal, este foi o grande vencedor do Oscar e do Festival de Cannes, e desponta como o favorito neste ano. Por fim, temos Guerra Fria, que marca a volta da Polônia, que concorre pela segunda vez: a anterior foi também por um filme do diretor Pawel Pawlikowski, Ida (2014).

 

 

DIREÇÃO

 

Dos seis indicados – temos uma dupla presente – todos concorrem em mais de uma categoria. O campeão é André Novais Oliveira, que alcançou um total de quatro indicações neste ano, enquanto que todos os demais contam com indicações duplas. Oliveira, assim como Beatriz Seigner, chegam ao Prêmio Guarani pela primeira vez. Gabriela Amaral Almeida foi indicada também no ano passado, por O Animal Cordial, enquanto que Juliano Dornelles contava com duas indicações prévias, mas como diretor de arte: ele ganhou por Aquarius (2016). Kleber Mendonça Filho tinha seis indicações anteriores, pelos filmes O Som ao Redor (2012) e Aquarius, e ganhou em todas elas (entre elas, com Direção nas duas ocasiões). Por fim, temos um dos recordistas em indicações ao Guarani: Karim Ainouz já havia recebido outras 11 indicações, tendo sido premiado por apenas uma delas, como Melhor Roteiro Original de Cinema, Aspirinas e Urubus (2005). Na categoria de Direção, esta é sua quarta indicação.

 

 

ATRIZ

 

Das cinco finalistas deste ano, temos duas estreantes: tanto Barbara Colen quanto Kelly Crifer estão concorrendo pela primeira vez. E ambas por longas que disputam a categoria principal de Melhor Filme, ou seja, não é bom considerá-las candidatas mais fracas apenas por serem novatas na premiação. Das demais, apenas Dira Paes já foi premiada, e em nada menos do que em três outras ocasiões, porém sempre como coadjuvante: por 2 Filhos de Francisco (2005), Baixio das Bestas (2006) e À Beira do Caminho (2012). Esta é, no total, sua sexta indicação, e segue sem vitória como protagonista. Grace Passô, que nesse ano recebeu dupla indicação – concorre também como coadjuvante, por No Coração do Mundo – foi indicada no ano passado, como principal, por Praça Paris (2018). Por fim, temos Andréa Beltrão, uma das maiores injustiçadas da história do Prêmio Guarani: esta é sua sétima indicação, e segue sem vitória. Será que finalmente chegou sua vez?

 

 

ATOR

 

A 25a edição do Prêmio Guarani está registrando um feito histórico: é a primeira vez que um ator de ascendência oriental é indicado à premiação. Yuri Yamamoto foi o responsável por este importante marco de inclusão. Assim como ele, Fabrício Boliveira e Julio Machado também estão torcendo por suas primeiras vitórias. Os dois, no entanto, já foram indicados em edições anteriores: Boliveira está concorrendo pela terceira vez, enquanto que Machado conta agora com duas indicações. Por outro lado, Marco Nanini é um dos recordistas da premiação, já tendo sido premiado duas vezes: como Melhor Ator, por Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995), e como Ator Coadjuvante, por O Auto da Compadecida (2000). Neste ano, alcançou sua oitava indicação. Já Daniel de Oliveira concorre pela sétima vez, e conta com três vitórias: por Cazuza: O Tempo Não Pára (2004) ganhou como Melhor Ator e como Revelação, enquanto que por A Festa da Menina Morta (2008) levou também como Melhor Ator.

 

 

ATRIZ COADJUVANTE

 

Todas as cinco finalistas desta categoria já estiveram em edições anteriores do Prêmio Guarani. Destas, a campeão de indicações é Fernanda Montenegro, que está concorrendo pela oitava vez, já tendo ganho em duas ocasiões, por Central do Brasil, em 1999, como protagonista, e por Traição, em 2000, como coadjuvante. Sonia Braga é também uma antiga premiada: ganhou como atriz principal por Aquarius (2017). Esta, no entanto, é sua quarta indicação. Tanto Luciana Paes e Grace Passô concorreram no ano passado, e ambas somam agora três indicações. Eliane Giardini está em sua segunda indicação, e representa um dos maiores intervalos entre duas indicações: ela concorreu antes, também como coadjuvante, por Uma Vida em Segredo (2001), quase duas décadas atrás.

 

 

ATOR COADJUVANTE

 

A categoria de Ator Coadjuvante é quase o oposto da de Atriz Coadjuvante. Afinal, por aqui apenas um dos indicados é veterano no Prêmio Guarani: Rodrigo Santoro, que está em sua oitava indicação, a terceira como coadjuvante. Ele já foi premiado uma vez, justamente pela sua primeira indicação, como protagonista de Bicho de Sete Cabeças (2000). Terá chegado finalmente a sua vez e repetir essa premiação? Entre os demais concorrentes, todos são estreantes no Guarani. As apostas podem ser fortes para o Lunga de Silvero Pereira em Bacurau, assim como Demick Lopes tem participação fundamental em Greta – é quase um co-protagonista. Da mesma forma, Enrique Diaz é uma figura-chave em Los Silencios, enquanto que Renato Novaes tem participação cativante em Temporada. Mas o que falar do Louco de Rodrigo Santoro em Turma da Mônica: Laços?

 

 

REVELAÇÃO FEMININA

 

Das cinco finalistas, temos três protagonistas absolutas, uma co-protagonista e uma participação especial. Carol Duarte e Julia Stockler dividem (quase) todas as atenções em A Vida Invisível, e muitos dos votantes chegaram a protestar, apontando que elas deveriam estar concorrendo na categoria principal. No entanto, todo artista estreante é qualificado como Revelação, e este é o caso de ambas, que nunca havia feito cinema antes. A trama de Deslembro é inteiramente conduzida através do olhar da jovem Jeanne Boudier, enquanto que Giulia Benite foi convidada para dar vida à icônica Mônica, a personagem das histórias em quadrinhos de Maurício de Sousa. Por fim, mesmo com presença limitada em cena, MC Carol é uma das figuras mais marcantes do elenco de No Coração do Mundo, e certamente não poderia ser esquecida. Entre as antigas premiadas nessa categoria, que desenvolveram carreiras sólidas no cinema – inclusive voltando a serem indicadas e premiadas no Guarani – estão nomes como Fabiula Nascimento e Alice Braga, entre outras.

 

 

REVELAÇÃO MASCULINA

 

E se entre as meninas temos a Mônica, é claro que o Cebolinha também não poderia ficar de fora. Kevin Vechiatto foi indicado por sua performance como o endiabrado garotinho de cinco fios de cabelo de Turma da Mônica: Laços. Russo APR chegou a ser premiado no Festival de Brasília como Melhor Ator Coadjuvante por Temporada, sua estreia nos cinemas, e Rafael Martins, como o Coelho de Inferninho, tem uma presença igualmente marcante. Ele é o único dos cinco a disputar também uma outra categoria nesse ano: concorre a Melhor Roteiro Original, por ser um dos roteiristas do filme. Valmir do Coco pode ser a cara de Azougue Nazaré, e por este trabalho foi premiado como Melhor Ator no Festival do Rio. Enquanto isso, Christian Malheiros foi o único dos cinco a obter reconhecimento internacional: como o protagonista de Sócrates ele foi escolhido o melhor ator do ano pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte e no Festival Mix Brasil, além de ter sido indicado ao prestigioso Film Independent Spirit Awards, nos Estados Unidos, tendo concorrido ao lado de nomes como Ethan Hawke e Joaquin Phoenix (que prestígio, hein?).

 

 

ELENCO

 

Dos cinco indicados nesta categoria, que reconhece os esforços dos produtores e diretores de elenco na escolha e preparação dos seus conjuntos de atores, os únicos que haviam sido indicados antes do Guarani são Marcelo Caetano, que somou quatro indicações por Corpo Elétrico (2017) – inclusive uma nessa categoria – e Amanda Gabriel, que está em sua sexta indicação, já tendo ganho por Tatuagem (2013) e por Aquarius (2017). Fernanda Rocha, uma das preparadoras de elenco de A Vida Invisível, é também atriz, já tendo sido premiada nos festivais do Rio e de Gramado por O Último Cine Drive-in (2015). Guto Parente e Pedro Diógenes, também diretores de Inferninho, assumiram para si a responsabilidade do trabalho do elenco, formado em grande parte pelos atores do Grupo Bagaceira de Teatro, de Fortaleza. Da mesma forma, os diretores de ambos os filmes da produtora mineira Filmes de Plástico – No Coração do Mundo e Temporada – também assumiram a função de cuidarem do casting: Gabriel Martins e Maurílio Martins, no primeiro, e André Novais Oliveira, no segundo. Neste caso, ele contou ainda com a colaboração de Juliana Antunes.

 

 

DIREÇÃO DE ARTE

 

Duplamente indicado neste ano, Thales Junqueira já havia concorrido em outras três ocasiões ao Guarani, tendo sido premiado por Aquarius (2016). O recordista desta categoria neste ano, no entanto, é Cassio Amarante, que chegou a sua sétima indicação, tendo sido premiado por Encarnação do Demônio (2008) e por Bingo: O Rei das Manhãs (2017). Taís Augusto, Mariana Falvo e Rodrigo Martirena estão os três em suas primeiras indicações. O último, no entanto, foi premiado por este trabalho no Festival de Havana.

 

 

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

 

Parceiro frequente do diretor Gabriel Mascaro, Diego Garcia está em sua segunda indicação ao Guarani, e havia ganho antes por Boi Neon (2015), trabalho também feito em parceria com o cineasta. Hélène Louvart foi indicada ao Spirit Award (EUA) por Beach Rats (2017) e ao David di Donatello (Itália) por Lazzaro Felice (2018), mas A Vida Invisível marca sua primeira indicação ao Guarani. Heloísa Passos também está em sua segunda indicação, tendo concorrido antes por Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009), mais de uma década atrás. Enquanto Sofia Oggioni é estreante na premiação, Pedro Sotero chega a sua segunda indicação – concorreu antes por Aquarius (2016).

 

 

EFEITOS VISUAIS

 

Guilherme Ramalho, que somou duas indicações neste ano, já havia concorrido em quatro ocasiões anteriores, tendo sido premiado pelos efeitos visuais de As Boas Maneiras (2017), no ano passado. Em duas dessas vezes ele dividiu a indicação com Hugo Gurgel, assim como acontece neste ano. Os dois, assim como Eduardo Schaal, estiveram juntos no trabalho – e no prêmio – de As Boas Maneiras. Se Ramalho chegou a sua quinta e sexta indicação, Gurgel está na quinta, enquanto que Schaal concorre pela segunda vez. O campeão de indicações nesta categoria – e em toda premiação, provavelmente – é Marcelo Siqueira, que por Mormaço chegou a sua décima quarta indicação! Ele foi premiado duas vezes, por Acquaria (2003) e por Besouro (2009). Já Marco Prado chega a seu segunda indicação por Turma da Mônica: Laços – no ano passado ele havia concorrido por O Doutrinador (2018).

                                                                                     

 

FIGURINO

 

Dois oito profissionais indicados nesta categoria, apenas Veronica Julian, que concorre por Turma da Mônica: Laços, já havia marcado presença no Prêmio Guarani em edições anteriores. Esta é sua sexta indicação, e fora premiada por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme (1999). Todos os demais são novatos na premiação, tendo sido indicados pela primeira vez.

 

 

MAQUIAGEM

 

Esta é a quarta indicação de André Anastácio, e a terceira de Tayce Vale. Nenhum dos dois chegou a ganhar, no entanto, em suas indicações anteriores. Gutto Moreira, Simone Batata e Britney Federline estão concorrendo pela primeira vez. Esta última, aliás, pelo trabalho em Morto Não Fala, foi indicada ao Fangoria Chainsaw Awards, uma das mais importantes premiações do cinema de gênero nos Estados Unidos.

 

 

MONTAGEM

 

Esta é a terceira indicação de Eduardo Serrano, enquanto que todos os demais são estreantes no Guarani. Heike Parplies é uma reconhecida montadora alemã, tendo sido premiada no German Film Awards e na Associação de Críticos de Cinema da Alemanha como melhor montagem do ano por seu trabalho em Toni Erdmann (2016). Outro que chama atenção, com duas indicações nesta categoria, é Gabriel Martins – ele é o artista campeão de indicações neste ano, com um total de 6 lembranças: disputa ainda Melhor Filme (por No Coração do Mundo e por Temporada), Melhor Roteiro Adaptado (por No Coração do Mundo) e Melhor Elenco (pelo casting de No Coração do Mundo).

 

 

ROTEIRO ADAPTADO

 

Dos nove concorrentes nessa categoria, apenas um já fora premiado no Guarani antes: Karim Ainouz, que neste ano chegou a sua 13a indicação, a nona como roteirista – ele ganhou pelo roteiro original de Cinema, Aspirinas e Urubus (2005). Ele e seus dois colegas, Murilo Hauser e Inés Bortagaray, no entanto, concorreram ao Prêmio Platino (o Oscar ibero-americano) pelo roteiro de A Vida Invisível. Thiago Dottori também fora indicado antes, apenas uma vez, pelo roteiro adaptado de VIPs (2010). Todos os demais são estreantes na premiação, e enquanto Armando Praça, Claudia Jouvin e Dennison Ramalho possuem aqui suas únicas indicações neste ano, Maurílio Martins tem um total de quatro indicações, e Gabriel Martins alcançou o recorde de 6 indicações apenas neste ano!

 

 

ROTEIRO ORIGINAL

 

Todos os concorrentes nessa categoria são estreantes no Prêmio Guarani, com duas notáveis exceções: Gabriela Amaral Almeida e Kleber Mendonça Filho. Ela contava com três indicações anteriores, duas como roteirista (adaptado, por Quando Eu Era Vivo, 2014, e original, por O Animal Cordial, 2017), enquanto que ele já fora premiado em duas ocasiões por seus roteiros, ambos originais (O Som ao Redor, em 2014, e Aquarius, em 2017). Todos os indicados aqui, no entanto, também concorrem em outras categorias neste mesmo ano.

 

 

SOM

  • Ana Chiossi, Ariel Henrique e Leonardo Bortolin, por A Noite Amarela
  • Björn Wiese, Laura Zimmermann e Waldir Xavier, por A Vida Invisível
  • Cyril Holtz, Nicolas Hallet e Ricardo Cutz, por Bacurau
  • Daniel Turini, Fernando Henna e Gabriela Cunha, por A Sombra do Pai
  • Daniel Turini, Fernando Henna, Gustavo Nascimento e Jean-Guy Veran, por Los Silencios

 

Esta é a única indicação ao Prêmio Guarani de A Noite Amarela, certamente um dos melhores filmes nacionais de 2019 – é uma lástima ele não ter emplacado em mais categorias. Se Ana Chiossi e Leonardo Bortolin são estreantes, Ariel Henrique já havia concorrido antes por Obra (2014). Entre os concorrentes de A Vida Invisível, Waldir Xavier chegou nesse ano a sua sexta indicação, sem nunca ter ganho antes – será que dessa vez vai? Ricardo Cutz, da equipe de Bacurau, também está em sua sexta indicação, mas conta com uma vitória: por Aquarius (2016). Já Nicolas Hallet foi duplamente premiado, por Aquarius e também por O Som ao Redor (2012). Duplamente indicados neste ano, Daniel Turini e Fernando Henna também foram lembrados em anos anteriores – o primeiro tem seis indicações prévias, enquanto que o segundo soma sete indicações até o momento. Nenhum dos dois chegou a ser premiado, no entanto. Ao contrário de Gabriela Cunha, que com quatro indicações anteriores, ganhou em uma delas, por As Boas Maneiras (2017). Os demais todos estão concorrendo pela primeira vez.

 

 

TRILHA SONORA

 

Os irmãos Guilherme e Gustavo Garbato já haviam sido indicados antes ao Prêmio Guarani – o primeiro está em sua segunda indicação, enquanto que o segundo está concorrendo pela terceira vez. Ambos seguem sem vitórias, ao contrário de Mateus Alves, que ganhou na última vez anterior a que fora indicado, por Aquarius (2016). Duplamente indicado neste ano, Tomaz Alves de Souza nunca havia concorrido ao Guarani antes. Os irmãos Max de Castro e Wilson Simoninha também são estreantes na premiação, mas por Simonal ganharam o Kikito de Melhor Trilha Sonora no Festival de Gramado. O trio de Azougue Nazaré, todos novatos na premiação, foram indicados ao Prêmio Platino (o Oscar ibero-americano), enquanto que Linn da Quebrada, rosto, voz e corpo de Bixa Travesty, pode ser consagrada nessa que é sua primeira indicação.

 

 

RANKING:

Ao todo, 26 longas nacionais estão marcando presença nas indicações ao 25o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, concorrendo em ao menos uma categoria. Ao lado deles, temos 5 produções estrangeiras e 13 curtas-metragens. Assim, chega-se ao total de 44 filmes finalistas neste ano. Com 15 indicações, Bacurau aparece como um dos recordistas históricos da premiação, atrás apenas de A Máquina (16 indicações) e ao lado de Bingo: O Rei das Manhãs e Abril Despedaçado (ambos também com 15 indicações).

Todos os indicados às 24 categorias do 25o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro foram escolhidos a partir de uma votação promovida entre dezenas de críticos de cinema profissionais atuantes de Norte ao Sul do país. A Academia Guarani de Cinema contou, em sua maioria, com a participação de associados das principais agremiações do gênero do Brasil: ABRACCINE, ACCIRS, ACECCINE e ACCRJ. Esta é, portanto, a maior e mais ampla premiação da crítica de cinema no Brasil. Confira, a seguir, a relação completa de filmes indicados como os melhores de 2019:

 

Bacurau (15): Filme, Direção, Atriz, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Elenco, Roteiro Original, Som, Maquiagem, Direção de Arte, Direção de Fotografia, Efeitos Visuais, Figurino, Trilha Sonora, Montagem
A Vida Invisível (13): Filme, Direção, Atriz Coadjuvante, Revelação Feminina, Revelação Feminina, Elenco, Roteiro Adaptado, Som, Direção de Arte, Direção de Fotografia, Figurino, Trilha Sonora, Montagem
Inferninho (08): Filme, Ator, Revelação Masculina, Elenco, Roteiro Original, Maquiagem, Direção de Arte, Figurino
Temporada (08): Filme, Direção, Atriz, Ator Coadjuvante, Revelação Masculina, Elenco, Roteiro Original, Montagem
No Coração do Mundo (07): Filme, Atriz, Atriz Coadjuvante, Revelação Feminina, Elenco, Roteiro Adaptado, Montagem
Turma da Mônica: Laços (07): Ator Coadjuvante, Revelação Feminina, Revelação Masculina, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Efeitos Visuais, Figurino
A Sombra do Pai (06): Direção, Ator, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original, Maquiagem, Som
Los Silencios (05): Direção, Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Direção de Fotografia, Som
Morto Não Fala (04): Ator, Roteiro Adaptado, Maquiagem, Efeitos Visuais
Bixa Travesty (03): Documentário em Longa-metragem, Trilha Sonora, Montagem
Deslembro (03): Atriz Coadjuvante, Revelação Feminina, Direção de Fotografia
Divino Amor (03): Atriz, Direção de Arte, Direção de Fotografia
Greta (03): Ator, Ator Coadjuvante, Roteiro Adaptado
Hebe: A Estrela do Brasil (03): Atriz, Figurino, Maquiagem
Azougue Nazaré (02): Revelação Masculina, Trilha Sonora
Simonal (02): Ator, Trilha Sonora
A Cidade dos Piratas (01): Animação
A Mulher que Sou (01): Ficção em Curta-metragem
A Noite Amarela (01): Som
Apneia (01): Animação
Baile (01): Ficção em Curta-metragem
Carcereiros: O Filme (01): Efeitos Visuais
Carne (01): Animação
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (01): Documentário em Longa-metragem
Copacabana Madureira (01): Documentário em Curta-metragem
Democracia em Vertigem (01): Documentário em Longa-metragem
Dor e Glória (01): Filme Estrangeiro
Estou me guardando para quando o carnaval chegar (01): Documentário em Longa-metragem
Guerra Fria (01): Filme Estrangeiro
Ilhas de Calor (01): Ficção em Curta-metragem
Marie (01): Ficção em Curta-metragem
Mormaço (01): Efeitos Visuais
Negrum3 (01): Documentário em Curta-metragem
O Irlandês (01): Filme Estrangeiro
Parasita (01): Filme Estrangeiro
Pássaros de Verão (01): Filme Estrangeiro
Quebramar (01): Documentário em Curta-metragem
Sangro (01): Animação
Sete Anos em Maio (01): Documentário em Curta-metragem
Sócrates (01): Revelação Masculina
Swinguerra (01): Documentário em Curta-metragem
Tea for Two (01): Ficção em Curta-metragem
Tito e os Pássaros (01): Animação
Torre das Donzelas (01): Documentário em Curta-metragem

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