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Megan Rapinoe: 'As multas por racismo no esporte são ridículas'

Em entrevista, a jogadora da seleção americana de futebol também pediu que as mulheres 'lutem bravamente' por salários iguais
Megan Rapinoe, capitão da seleção de futebol americana, beija a taça da Copa Foto: Brad Penner-USA TODAY Sports
Megan Rapinoe, capitão da seleção de futebol americana, beija a taça da Copa Foto: Brad Penner-USA TODAY Sports

Megan Rapinoe fez um pedido apaixonado às mulheres para que elas lutem bravamente por salários iguais aos dos homens. Desde a conquista da Copa do Mundo, a estrela da seleção americana de futebol tem usado as plataformas digitais para motivar mulheres na luta pela igualdade de gênero.

— Não aceitem menos, peçam igualdade, peçam mais, não aceitem respostas antiquadas — afirmou a jogadora em entrevista à rede britânica BBC.

Megan foi além:

— Até que tenhamos investimentos iguais ou maiores, porque temos sido tão depreciadas por tanto tempo, não teremos conversas sobre compensações, rendimentos e audiência - afirmou a jogadora, dizendo saber que a missão pode ser frustrante e difícil. — Às vezes, sentimos que estamos batendo com a cabeça na parede, e talvez seja um pouco isso mesmo. É um fato, então temos que lutar bravamente.

Em março, a seleção americana de futebol processou a Federação de Futebol Americana, acusando a instituição de "discriminação de gênero institucionalizada".

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Todas as 28 integrantes da equipe processaram a federação, também alegando discriminação nos treinamentos, tratamentos médicos e condições de viagem. Em agosto, foi anunciado que a conversa entre as jogadoras e a federação terminou sem um acordo.

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— Estamos tentando tornar o ambiente melhor para que quando outras vierem, seja melhor para elas.

Na entrevista à BBC, Megan Rapinoe também discutiu racismo no esporte — um tópico que ela já mencionara em seu discurso de aceitação do prêmio de Jogadora do Ano, dado pela FIFA, em setembro.

Lionel Messi e Megan Rapinoe posam com os prêmios no Fifa The Best Football Awards Foto: MARCO BERTORELLO / AFP
Lionel Messi e Megan Rapinoe posam com os prêmios no Fifa The Best Football Awards Foto: MARCO BERTORELLO / AFP

— Se houver um único exemplo de racismo e as jogadoras em campo não ficarem indignadas, então elas são parte do problema.

Rapinoe também disse não acreditar que as atuais sanções por racismo no esporte sejam o suficiente.

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— Uma multa de 65 mil libras esterlinas é uma piada, as multas por racismo no esporte são ridículas — disse ela, referindo-se à multa aplicada à Bulgária por ofensas racistas contra atletas da seleção inglesa em jogo classificatório para a euro 2020. — Para mim deve ser uma medida extrema, que cause danos à equipe e à federação. Então tem que ser um grande dano financeiro.