CartaExpressa

Braga Netto disse que ‘pessoal do agro’ forneceu dinheiro para o plano de matar autoridades, afirma Cid à PF

Os detalhes constam da decisão em que o ministro Alexandre de Moraes mandou prender o general

Walter Braga Netto e Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em depoimento à Polícia Federal que o dinheiro entregue pelo general Walter Braga Netto para financiar um plano que envolvia o assassinato de autoridades “foi obtido junto ao pessoal do agronegócio”.

Os detalhes constam da decisão em que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou prender Braga Netto. A PF cumpriu a ordem na manhã deste sábado 14.

Moraes ressaltou que, além de as provas indicarem a “atuação dolosa” de Braga Netto na tentativa de obstruir a investigação, um depoimento de Cid prestado em 21 de novembro deste ano e corroborado por documentos aponta que o general obteve e entregou dinheiro para a organização do plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Essa ação clandestina previa até o assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Moraes.

“O general repassou diretamente ao então Major RAFAEL DE OLIVEIRA dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias a realização da operação.”

Diz um trecho do depoimento de Cid, conforme transcrição da PF: “O Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador [Cid] e o general Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo